Era visível que o astro teen fazia uso de playback em boa parte do show,
mas também mostrou, nos momentos acústicos, que é um bom cantor;
dispensou os dançarinos, e num clima mais intimo foi do violão ao piano,
nos quais cantou “You Smile”, “Bigger” e “Runaway Love”, levando às
lágrimas as fãs.
Muitos astros pop deveriam aprender com Justin Bieber:
ele não atrasa mais que 20 minutos para iniciar suas apresentações e às
vezes até começa antes do horário previsto. Sem muito estrelismo e
exigências excêntricas, e por que não dizer absurdas, como vimos no
último Rock in Rio (Rihanna pediu água vulcânica), Justin, que já vendeu
mais de 4 milhões de álbuns, foi até modesto pedindo coisas como água
mineral (e vitaminada), sabonete Dove e pacotes de peixe sueco, por
exemplo.
A primeira apresentação do astro adolescente foi dia 05
(quarta-feira) no Rio de Janeiro, levando cerca de 40 mil pessoas ao
Engenhão. No dia seguinte, Bieber enfrentou um público um pouco menor,
mas não menos empolgado. No entanto, a turnê My World Tour ganharia
proporções gigantescas em São Paulo, surpreendendo até mesmo o cantor:
“Obrigado. Eu nunca imaginei estar à frente de 60 mil pessoas quando
cantava nas calçadas do Canadá”, chegou a dizer em cima do palco.
Se no Rio de Janeiro as duas apresentações foram pontuadas por muita
tietagem de famosos com entrevistas (e visitas) como dos apresentadores
Xuxa e Luciano Huck; do prefeito, Eduardo Paes, entregando a chave da
cidade; atores da globo e até o lutador Anderson Silva, que chegou a
subir ao palco e dançar com Justin. Já São Paulo se destacou por uma
celebração entre fãs e o astro teen.
Nos shows do Morumbi eram 60 mil fãs e Justin Bieber, sem entrada de
famosos no palco, sem participação da namorada Selena Gomez, teve uma
interação com o público foi melhor. E como ele diz empolgado em seu
twitter, após a primeira apresentação (8), que “São Paulo foi incrível”.
Incrível mesmo, com direito a apagão no Morumbi – se manteve por
geradores -, chuva torrencial e fãs tentando se proteger como podiam
enquanto pais super protetores, desorientados, tentavam proteger os
filhos convencendo-os a irem pra debaixo da arquibancada.
A apresentação de Justin Bieber de São Paulo fazia parte do Z
Festival, que incluía várias bandas adolescentes, inclusive à brasileira
Cine – na verdade tratava-se mais de um aquecimento para o show
principal de Justin Bieber, animando como podiam o gigantesco público de
60 mil pessoas e nem sempre conseguindo. Talvez o Cine tenha se saído
melhor, muito por serem bem conhecidos do público teen enquanto os
estrangeiros do The Wanted e Cobra Starship conseguiram apenas segurar a
ansiedade das meninas.
Era visível que o astro teen fazia uso de playback em boa parte do
show, mas também mostrou, nos momentos acústicos, que é um bom cantor;
dispensou os dançarinos, e num clima mais intimo foi do violão ao piano,
nos quais cantou “You Smile”, “Bigger” e “Runaway Love”, levando às
lágrimas as fãs. Mesmo que o cantor ficasse apenas parado no palco, já
seria o suficiente para compensar a dedicação das fãs, o importante era
vê-lo.
Justin Bieber se mostrou gentil, educado, agradecendo várias vezes à
dedicação dos fãs, que enfrentaram chuvas e horas de espera; meninas que
vieram de longe, matando aula e ficando acampadas durante dias
acompanhadas dos pais. De Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e tantos
outros lugares que não foram agraciados com shows de Bieber elas vieram
dispostas a enfrentar as mais difíceis situações, talvez inspirada pela
mensagem da canção “Never Say Never” (Nunca diga Não). Entre chuvas,
lágrimas, gritos histéricos o público saiu felizes sem ligar para o
cansaço, frio e fome.
O garoto canadense é esperto sabe o que dizer (ou foi bem treinado)
para platéia, em sua maioria de garotas, elevando a auto-estima delas.
Utilizando de frases como “as garotas brasileiras são as mais bonitas do
mundo!” ou “Vocês estão sozinhas? Nunca vi tanta menina bonita na minha
vida”. Imagens de sua vida no telão ajudavam a reforçar a emoção que
tomou conta do estádio, deixando as fãs mais histéricas.
Dia 10, Porto Alegre, no estádio Beira-Rio, Justin fez seu último
show e se despediu do Brasil. Apesar de um público menor, cerca de 24
mil pessoas, a biebermania não foi diferente. Aproximadamente há uma
semana fãs já estavam acampados em barracas na Avenida Padre Cacique,
próximo ao local. O show seguiu praticamente com a mesma sequência de
São Paulo e Rio de Janeiro, iniciando-se com “Love Me”, passando pelo
momento acústico, covers Michael Jackson, Katy Perry e Aerosmith e o bis
com Baby, seu maior hit.
Justin Bieber é esperto, aqui, como em outros países, se concentrou
seus esforços em apresentações direcionadas as fãs. Ele sabe que seu
público é composto em sua maioria por adolescente; são elas que compram
discos, lotam estádios; não importa se os marmanjos o critica por usar
playback, shows bem ensaiados (até mesmo a garota selecionada para subir
ao palco pareceu agir de forma premeditada). Se o astro teen vai durar
ou não, fica difícil dizer, mas uma coisa é certa: Justi Bieber sabe
muito bem aproveitar o seu momento.